Inclusão: aprendiz do TRT-13 cria manual em braile com teclas de atalho do PJe

Robson Santos é o primeiro aprendiz com cegueira total da história do TRT-13.
 

Fotografia de um funcionário do TRT-13 teclando um manual em braile.

3/2/2025 – Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Robson Santos da Silva é o primeiro aprendiz com cegueira total da história do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região). Lotado na Secretaria Geral Judiciária (Segejud) e empenhado em contribuir para que outras pessoas com deficiência, ao chegarem ao Tribunal ou utilizarem seus serviços, tenham o máximo de adaptação possível, ele criou um manual com as teclas de atalho do sistema Processo Judicial Eletrônico (PJe) em braile.

Inspirado pela iniciativa da servidora Maria Vilela, do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (1ª Região), que elaborou um tutorial de cadastro de advogados cegos no PJe, e a partir da sua própria dificuldade de acesso ao sistema, Robson criou um documento, no libreoffice, contendo as teclas de atalho que facilitam o acesso às funcionalidades do PJe. “Mas daria muito trabalho para o servidor sair da janela do sistema para verificar o manual. Então, com a ajuda de um amigo que trabalha na Funad, imprimi esse material para ficar disponível, aqui na Segejud, e acessível para todos que tiverem a necessidade de utilizá-lo”, destacou Robson.

O manual foi apresentado para a presidente do TRT-13, desembargadora Herminegilda Leite Machado, que parabenizou o aprendiz pela iniciativa e demonstrou interesse em ver a ideia se expandir para que outras funcionalidades do PJe sejam impressas em um manual no sistema braile. “O que o Robson fez já foi o pontapé inicial de um trabalho que, devagarinho, pode ser expandido. É difícil, mas não é impossível”, comentou a presidente.

“A iniciativa de Robson é inspiradora e reforça nosso compromisso com a acessibilidade. Transformar um conteúdo eletrônico em braile amplia a inclusão e garante autonomia às pessoas cegas no uso do PJe. Que esse seja o primeiro de muitos avanços rumo a um Judiciário mais acessível”, celebrou a secretária-geral judiciária, Fernanda Lima.

Robson perdeu a visão aos 15 anos por conta de uma doença hereditária rara, a retinose pigmentar, também conhecida como retinite pigmentosa, uma doença que surge quando as estruturas fotorreceptoras do olho (cones e os bastonetes) deixam de captar luz, prejudicando a formação da imagem pela retina. O pai, os dois irmãos e a irmã de Robson também têm a doença. “Cheguei a ser alfabetizado em ‘letras normais’ e, aos 23 anos, em 2008, quando vim para João Pessoa, fui alfabetizado em braile”, contou.

 

Fonte: TRT da 13ª Região

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